"Quem diz que violência se soluciona com prevenção, nunca viu um fuzil apontado pra sua cara
Como o Blog adiantou ontem, o comandante do BOPE, Major Marcos Vinícius Cruz, desembarcará no Rio Grande do Norte para comandar, pessoalmente, as operações de caça aos bandidos que mataram o ex-prefeito de Campo Grande, Antônio Veras.
O Major PM integra o BOPE desde aspirante, nos anos 90.
Ele chegou ao comando da tropa de elite do Estado em 2005.
Participou de operações sangrentas no Oeste e em Lajes onde bandidos perigosos morreram.
Foi o primeiro oficial do Rio Grande do Norte a receber o brevê da caveira, símbolo do batalhão.
Fez cursos no Chile, nos Estados Unidos e é instrutor da Força Nacional de Segurança Pública, da qual comandou o Grupo de Ações Táticas.
O Major Marcus Vinícius é atirador de elite e está em Brasília, ensinando a policiais de todo o Brasil, mas decidiu voltar para comandar a caçada aos assassinos do ex-prefeito de Campo Grande, Antônio Veras, e de dois PMS que faziam sua segurança.
Por e-mail, o comandante do BOPE deu a primeira longa entrevista à imprensa.
Com exclusividade ao Blog.
Sem delongas, foi forte nas declarações.
Eis:
Thaisa Galvão - O BOPE está preparado para a guerra que voltou ao Oeste?
Marcos Vinícius - Sempre estivemos preparados. E hoje, podemos contar com um efetivo mais qualificado e técnico para este tipo de problema.
Thaisa - Qual a sensação de ver a guerra recomeçando após tantos anos de confronto?
Marcus Vinícius - Normal. Este é o nosso trabalho. Sempre buscamos o preparo técnico e tático para missões desse nível. Quando for preciso, usaremos a força necessária para defender a sociedade em que vivemos, limpando essa sujeira.
Thaisa - O BOPE representa medo ou respeito?
Marcus Vinícius - No meu ponto de vista, o BOPE representa respeito. Porém, se os bandidos não acharem, eu não me importo. Terão que respeitar pelo amor ou pela dor, é assim e sempre será, enquanto existirmos. Somos a vassoura de aço contra o lixo da sociedade.
Thaisa - Tido como tropa de elite, o BOPE está bem armado para o confronto?
Marcus Vinícius - Com toda certeza. Tanto em pessoal quanto em armamentos. Faltam detalhes, mas nada que não possamos resolver junto a quem pode nos ajudar. A sociedade tem que saber que nós que fazemos o BOPE, somos braços, pernas e corpo para defendê-los e precisamos de armas diferenciadas, treinamentos especiais, equipamentos modernos e um pouco mais. Com isso, a resposta às diversas situações que venham a ocorrer, será aceitável para os cidadãos de bem. No atual governo, tivemos um avanço significativo, fomos realmente compreendidos pela governadora Wilma e o comandante-geral, coronel Marcondes.
Thaisa - Que sensação o senhor tem ao receber a notícia de que um policial foi morto em serviço?
Marcus Vinícius - De perda irreparável. No caso atual (morte dos PMs que escoltavam Antônio Veras), dois filhos, dois amigos, dois irmãos. Jamais queremos que nossas famílias passem pelo que as famílias deles passam agora. Não tenho palavras. Daremos respostas.
Thaisa - A morte faz medo ao comandante do BOPE?
Marcus Vinícius - Temos que ter respeito, pois acredito que temos uma missão na terra. Quando entramos na Polícia Militar, fizemos um juramento. Nos nossos treinamentos, também. Então, enquanto vivermos, estaremos limpando o chão em que pisamos para que nossos amigos, filhos e pessoas de bem tenham uma segurança melhor.
Thaisa - Existe solução para a violência apenas com prevenção?
Marcus Vinícius - Não. É uma grande mentira. Quem prega isso está muito bem engravatado e no ar-condicionado, nunca viu um fuzil apontado pra sua cara. Todos os setores além da PM têm que fazer parte do esforço contra a criminalidade. Exemplo: Um determinado bairro da cidade teve aumento do número de roubos à noite. Ruas esburacadas, iluminação precária, problemas estruturais contribuem para que os bandidos atuem. Tudo termina com a Polícia Militar. Onde estão os outros setores? Com relação ao caso de Campo Grande, só a força necessária para combater. E é lógico, que não iremos com flores, afinal não trabalhamos em floriculturas. Iremos, aí sim, preparados para a morte. Só que quem vai chorar não serão as nossas mães, mas as mães de bandidos safados , covardes que passarem e passarão diante de nós, cometendo mal a nós policiais militares e à sociedade potiguar. É assim: A resposta pode tardar, mas não falhará.
Thaisa - O BOPE está disposto a matar e a morrer?
Marcus Vinícius - Com certeza, jornalista Thaisa. Estamos juntos e juntos ficaremos. Quando vamos para uma missão, ordeno que todo mundo volte pra casa. E assim tem sido e assim será. O cumprimento do nosso dever, na íntegra.
Thaisa - O BOPE é uma tropa de extrema violência? O BOPE exagera?
Marcus Vinícius - De maneira nenhuma. Somos preparados para missões específicas, onde nenhum cidadão de bem estará. Quem passa à nossa frente é a escória, os marginais que fazem mal a quem representa o bem. Então, nossa resposta a eles é a força. Contudo, respeitamos o direito de ir e vir, defendemos o tratamento humano, somos frontalmente contra a tortura, aos maus-tratos, a covardia. Nós somos combatentes. Não esperem que o BOPE vá cantando músicas de ninar, passeando no bosque ou coisas do tipo. Vamos pra cima dos bandidos com a força que eles merecem receber.
Thaisa - O senhor teria algo a dizer aos bandidos?
Marcus Vinícius - A eles eu não tenho nada a dizer, com eles, tenho muito o que fazer, eles escolheram a profissão errado e nós- do BOPE, estamos na profissão certa. Nosso lema é “Basta saber quem somos, sem que seja necessário saber o que fazemos“.
Caveira!
fonte Blog haisa Galvão
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