quarta-feira, 25 de novembro de 2009







Quem for a alguma delegacia é obrigado a voltar sem registrar ocorrência

População não é atendida nas delegacias dos bairros

PMs que estão cuidando das unidades policiais reclamam do desvio de função, pois agora viraram “vigias” e “carcereiros”.


A paralisação dos policiais civis e servidores da Segurança Pública tem gerado constrangimentos a população. Isso porque as delegacias de bairros estão entregues a Polícia Militar, que não realiza atendimento administrativo. Os PMs, inclusive, reclamam do desvio de função, pois agora viraram “vigias” e “carcereiros”.

No 7º Distrito Policial, nas Quintas, três policiais militares estão de plantão cuidando dos 58 presos da unidade. De acordo com o soldado Arivany, quem chega na unidade tem que voltar. “Nós não temos acesso a parte administrativa, até porque esse não é nossa função. Com isso, pedimos a população que volte pois não podemos fazer nada”.

Enquanto a reportagem do Nominuto.com estava na unidade, um homem chegou querendo registrar um Boletim de Ocorrência. 

“Perdi minha carteira domingo e ainda não consegui registrar nada. Fui na delegacia da Cidade da Esperança e estava fechada. Agora, vim aqui e também não vou fazer nada. Estou com medo de encontrarem minha carteira e fazerem alguma coisa errada”, disse Cícero Otacílio.

Além de não atender a população, os policiais militares temem a possibilidade de fugas. “Se com os policiais civis, que conhecem o prédio e a área, os presos fogem, a gente fica contando com a sorte aqui”, disse Arivany.



Outras 13 delegacias de Natal e Grande Natal foram estão sendo “vigiadas” por policiais militares desde esta segunda-feira (23), quando os policiais civis iniciaram uma paralisação de 48 horas.

Na noite de ontem, o secretário estadual de Segurança Pública, Agripino Oliveira Neto, recebeu os representantes do Sindicato dos Policiais Civis para uma reunião. A presidente do Sinpol-RN, Vilma Marinho, informou que a categoria saiu do encontro sem nenhuma resposta.

“Conversa vai, conversa vem e não tivemos nada de concreto. O secretário pegou a nossa pauta de reivindicações e ficou de analisar. Ele, inclusive, chegou a dizer que o problema estava resolvido, tendo em vista que a Sejuc se comprometeu a assumir 11 delegacias. Mas, nós queremos uma solução para todo o Estado”, disse.

De acordo com Vilma Marinho, os policiais civis vão realizar uma nova assembleia nesta terça-feira (24) para votar mais um indicativo de greve. 

“Nós vamos deliberar sobre esse indicativo que deverá ser aprovado na próxima segunda-feira (30). O governo tem até lá para nos dá uma resposta. A partir daí, vamos analisar e se não for o que queremos, deflagramos a greve por tempo indeterminado”, afirma.

Em relação ao funcionamento das delegacias, Vilma Marinho explicou que o sindicato tem respeitado o percentual mínimo de 30%. “Nossa categoria é pequena, mas os casos emergenciais como flagrantes não podem deixar de ser atendidos. Com isso, eles estão sendo encaminhados para as delegacias de Plantão [Sul e Norte]”, disse.




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