Estudantes se enfrentam e são contidos pela PM
Uma equipe da cavalaria da Polícia Militar, chefiada pelo Cabo Basílio, teve de abordar um grupo de estudantes na abertura do Campeonato das Escolas Estaduais e Municipais (CEEMs), ontem pela manhã no Palácio dos Esportes, para conter “um princípio de tumulto”. Os adolescentes foram revistados e liberados
Policial militar revista estudantes que se envolveram na baderna ontem na praça Cívica
Segundo informações da polícia, cerca de 12 estudantes estavam “fazendo baderna” e “tentaram tomar o facão de um funcionário da Prefeitura”, que fazia jardinagem. Comerciantes reclamaram do comportamento dos jovens, atemorizados pelo histórico do local, e ameaçaram fechar as portas. “Estamos fazendo uma abordagem para dispersar os estudantes porque estão chegando aqui ônibus de outras áreas rivais e a população teme novos confrontos. Temos que prevenir qualquer confusão”, diz o Cabo Basílio. “Esses adolescentes saem das aulas para brigar aqui nos arredores. O que nós podemos fazer nesse momento é dispersá-los”, acrescenta.
A Polícia Militar colocou um efetivo de 80 policiais em todos os pontos de funcionamento do Campeonato – que são mais de 11, incluindo o Palácio dos Esportes, o Colégio Marista, o Clube Cosern, etc. O policiamento é necessário devido, de acordo com o coronel Araújo, às constantes brigas entre estudantes. “Os policiais estão lá para garantir a realização dos jogos”, diz o coronel Araújo. O Campeonato foi iniciado ontem e acontecerá até o dia 29 de agosto.
Há nove dias, também na Praça Cívica, 25 estudantes foram detidos por conta de brigas na comemoração do Dia do Estudante das escolas estaduais. As brigas de gangue têm se tornado frequente nos arredores da Praça Cívica, entre estudantes que fazem parte de gangues rivais e são envolvidos com torcidas organizadas. No dia 29 de julho, nem mesmo a presença da governadora Wilma de Faria impediu que estudantes de gangues rivais brigassem durante uma solenidade. As gangues estão ligadas à rivalidade entre torcidas organizadas.
O caso chegou à Câmara Municipal, que ontem pela manhã discutiu a violência nas escolas de Natal em uma audiência pública solicitada pelo vereador Heráclito Noé. Os participantes do debate mostraram indignação com os últimos acontecimentos referentes à violência na cidade e cobraram atitudes das famílias, da escola e do poder público para mudar o quadro atual.
Participaram do debate a diretora da Fundação Bradesco, professora Francinete, entre professores, coordenadores, diretores e envolvidos com a educação. Também prestigiaram o debate os vereadores Bispo Francisco de Assis (PSB), Maurício Gurgel(PHS) e Hermano Morais(PMDB).
Violência é tema de audiência
A Câmara Municipal do Natal (PPS) fomentou uma audiência pública na manhã de ontem, por iniciativa do vereador Heráclito Noé (PPS), para discutir a violência nos estabelecimentos de ensino na Grande Natal.
De acordo com o vereador, a violência nas escolas tem tomado proporções assustadoras. Durante a audiência, os presentes assistiram vídeos veiculados em cadeia nacional e no estado sobre ações violentas que têm ocorrido dentro das escolas.
Heráclito Noé destacou a responsabilidade educacional que a escola tem na formação cidadã dos seus alunos. “Problema de violência nas escolas é um problema pedagógico e de gestão. Existem casos, como no Passo da Pátria, que a diretoria separou os alunos por bairros, causando constrangimento. Em outro caso, o diretor afirmou expulsar alunos que fossem pegos fumando. É como se um pai expulsasse seu filho de casa no primeiro problema. A escola deve ser local de inclusão e educação”, alerta.
De acordo com o professor João Maria, presidente do fórum de políticas públicas sobre drogas, assistimos uma sociedade excludente. “Precisamos traçar políticas públicas com ações preventivas. Foi constituída uma comissão com representantes dos diversos níveis de ensino e líderes estudantis para formatarmos juntos programas de formação continuada. Estamos realizando seminários, implementando nas escolas conselhos de pais, assessorando escolas com palestras. É necessário que haja uma maior integração através de políticas de estado”, enfatiza.
Edneuza de Paiva, integrante da casa Amor exigente, destacou a importância da união entre família e escola. “Esse assunto preocupa toda a sociedade. É um fenômeno que ocorre no mundo todo e em Natal infelizmente não é diferente. Ontem mesmo soube de um caso de uma jovem de Parnamirim que estava saindo da escola e foi sequestrada e violentada.
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